Queridas irmãs e queridos irmãos!
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No nosso cotidiano, as realidades do pecado e do
perdão estão sempre presentes. Porém, muitas vezes percebemos que existe um
desequilíbrio, a dinâmica do pecado muitas vezes se sobressai e isso não é saudável,
para o nosso equilíbrio humano e espiritual. Pois, enquanto parece ser fácil
pecar, descobrimos que perdoar parece ser mais difícil. O QUE ESTA ACONTECENDO
CONOSCO? QUAL A CAUSA DESTE DESEQUILIBRIO? Pois no princípio não foi assim.
Existia harmonia e equilíbrio no paraíso, até que entrou o pecado, a ruptura,
erramos o alvo e ficamos presos a nós mesmo e não entendemos mais o plano do
criador.
Na semana Santa que estamos vivendo, os textos
bíblicos da liturgia nos mostram a realidade do pecado e do perdão de forma
muito intensa e dramática. Nós, também
temos hoje a possibilidade de nos deixamos ser tocados pelo amor de Deus. Assim
a realidade do perdão tornar-se-á mais presente e voltaremos para o equilíbrio,
viver na graça de Deus. É o que nos propõe o sacramento da reconciliação, a
confissão da misericórdia de Deus e das nossas misérias, que nos reintegra no
caminho de Jesus, no caminho da felicidade, da salvação, carregando a cruz em
busca da plenitude que Deus Pai nos concederá.
Caro irmão!
Cara Irmã! A realidade do perdão
só se torna difícil quando nos deixamos envenenar pela vaidade e o orgulho, a
presunção de sermos melhores que os demais. Pois o pecado nunca foi
exclusividade de alguns, mas de todos. A igreja reza na oração pedindo paz e
unidade, o equilíbrio “ Não olheis os nossos pecados mais a fé que anima a
vossa igreja” `É uma prece de grande realismo e profunda humildade é uma lição
para quem reza ao Pai-Nosso. Na missa essa oração é logo após o Pai-Nosso.
A oração do Pai-Nosso, nos lembra o obvio “ Pai
perdoa as nossas ofensas como nós perdoamos a que nos ofendeu” Quando vivemos a
dinâmica do perdão, lembramos que o erro, o pecado, a ofensa que o outro
cometeu, poderia ter sido feito por nós e as vezes até em intensidade maior. Mas,
quando perdoamos, estendemos a mão ao outro, mostramos um olhar de compaixão e
ternura, nos abraçamos, beijamos.
Estamos apenas devolvendo o perdão que de Deus já recebemos e estamos
vivendo. Estes gestos revelam o que Jesus fez.
Não é atirando pedra, ou seja, a raiva, o ódio, a
vingança, o vazio que está dentro de nós nos outros que fazemos justiça.
Fazendo isto, apenas revelamos para os outros a nossa frustração, o desencanto,
a inveja com a qual o nosso coração está cheio e quando vemos o erro dos outros
ele explode. Assim agiram os fariseus do tempo de Jesus e talvez os de hoje, caso
o farisaísmo ainda exista dentro de nós.
Peçamos ao Bom Deus que possamos aprender com os
gestos de Jesus. Nesta semana santa reflitamos como tem sido a nossa atitude
quando os outros pecam contra nós? Por que muitas vezes esperamos, só que Deus
nos perdoe e temos dificuldade de perdoar? Caro amigo e amiga, só quando reconhecermos
a nossa indignidade, o nosso pecado, seremos capaz de perdoar e acolher o
perdão de Deus e de nós mesmos. Deixemos de caminhar na contramão da vida e do
projeto de Deus. Este é o caminho da vaidade e do legalismo que nos leva a
tristeza, a dureza de coração, a morte. Vida sem perdão não tem alegria, não
tem amor. É vida sem Deus. Não espere
amanhã, comece agora a viver o perdão, a VIVER DE VERDADE. Respire
profundamente e sinta o sopro de Deus lhe comunicando este entusiasmo. TENHA UM
DIA ABENÇOADO CHEIO DA GRAÇA E DO PERDÃO. AMEM!
BOA SEMANA SANTA PARA TODOS.
Pe. Antônio Rodrigues
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