Francisco
convidou os cristãos a irem, armados somente de Jesus e da doce força de seu
Evangelho, enfrentar todo desafio com coragem e esperança. Celebração das
Segundas Vésperas encerrou a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.
“Também os cristãos de hoje encontram
no caminho muitas dificuldades, circundados por tantos desertos espirituais,
que tornam áridos a esperança e a alegria.” Foi o que disse o Papa Francisco na
celebração das Segundas Vésperas desta quinta-feira, 25 de janeiro, festa da
Conversão de São Paulo, cuja liturgia foi presidida pelo Pontífice na Basílica
de São Paulo Fora dos Muros.
Com uma assembleia ecumênica, a
celebração concluiu a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que a Igreja
no Brasil realiza entre a Ascensão e Pentecostes.
Francisco saudou o representante do
Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, o representante em Roma do Arcebispo
de Cantuária e Primaz da Igreja Anglicana, demais representantes e membros das
várias Confissões cristãs, bem como a Delegação ecumênica da Finlândia.
Em sua homilia, tendo partido da
leitura do livro do Êxodo proposta na liturgia, Francisco afirmou que a
história da salvação de Moisés das águas prefigura uma salvação maior, a de
todo o povo, que Deus teria feito passar pelas águas do Mar Vermelho,
arremessando-as depois sobre seus inimigos.
Santo Agostinho interpreta o Mar
Vermelho, onde Israel viu a salvação de Deus, como sinal antecipador do sangue
de Cristo crucificado, fonte de salvação, frisou o Santo Padre.
Todos nós cristãos, disse Francisco,
“passamos através das águas do Batismo, e a graça do Sacramento destruiu nossos
inimigos, o pecado e a morte. Saídos das águas alcançamos a liberdade dos
filhos; emergimos como povo, como comunidade de irmãos salvos, como
‘concidadãos dos santos e familiares de Deus”.
“Na vida experimentamos a ternura de
Deus, que em nossa cotidianidade nos salva amorosamente do pecado, do medo e da
angústia. Essas experiências preciosas devem ser guardadas no coração e na
memória.”
Também São Paulo, de quem hoje
celebramos a conversão, fez a forte experiência da graça, que o chamou a
tornar-se, de perseguidor, a apóstolo de Cristo, acrescentou o Santo Padre.
“Na medida em que crescemos na vida
espiritual, compreendemos sempre melhor que a graça nos alcança junto aos
outros e que deve ser partilhada com os outros. Desse modo, quando elevo meu
rendimento de graças a Deus por aquilo que fez em mim, descubro não cantar
sozinho, porque outros irmãos e irmãs entoam o meu mesmo canto de louvor.”
As várias confissões cristãs fizeram
esta experiência, continuou o Papa. No último século compreendemos finalmente
encontrar-nos à beira do Mar Vermelho. No Batismo fomos salvos e o canto
agradecido de louvor, que outros irmãos e irmãs entoam, nos pertence, porque é
também o nosso.
“Quando dizemos reconhecer o Batismo
dos cristãos de outras tradições, confessamos que também eles receberam o
perdão do Senhor e a sua graça que atua neles. E acolhemos o culto deles como
expressão autêntica de louvor por aquilo que Deus realiza”, disse Francisco
acrescentando em tom fortemente ecumênico:
“Desejamos então rezar juntos, unindo
mais ainda nossas vozes. E mesmo quando as divergências nos separam,
reconhecemos pertencer ao povo redimido, à mesma família de irmãos e irmãs
amados pelo único Pai.”
Referindo-se às dificuldades que os
cristãos de hoje encontram no caminho, destacou graves perigos que colocam suas
vidas em perigo: “quanto irmãos hoje sofrem perseguições por causa do nome de
Jesus!”
“Quando o sangue deles é derramado,
mesmo se pertencem a outras Confissões, tornam juntos testemunhas da fé,
mártires, unidos no vínculo da graça batismal.”
Junto
aos amigos de outras tradições religiosas, ressaltou o Papa, “os cristãos
enfrentam hoje desafios que espezinham a dignidade humana: fogem de situações
de conflito e de miséria; são vítimas do tráfico de seres humanos e de outras
escravidões modernas; padecem privações e a fome, num mundo sempre rico de
meios e pobre de amor, onde continuam aumentando as desigualdades”. Francisco
concluiu convidando os cristãos a irem , armados somente de Jesus e da doce
força de seu Evangelho, enfrentar todo desafio com coragem e esperança.
Fonte: Vaticans News
Nenhum comentário:
Postar um comentário