quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

PAPA NA MISSA EM TEMUCO, CHILE: PRECISAMOS DA RIQUEZA QUE CADA POVO PODE OFERECER

O Papa Francisco celebrou a missa pelo progresso dos povos, nesta quarta-feira (17/01), no Aeródromo de Maquehue, em Temuco, no Chile, primeira etapa de sua 22ª viagem apostólica internacional.
O Pontífice iniciou a homilia dando graças a Deus por visitar "esta parte linda do nosso continente, a Araucânia

“É neste contexto de ação de graças por esta terra e pelo seu povo, mas também de tristeza e dor, que celebramos a Eucaristia. E fazemo-lo neste aeródromo de Maquehue, onde se verificaram graves violações de direitos humanos.
“ Oferecemos esta celebração por todas as pessoas que sofreram e foram mortas e pelas que diariamente carregam nos ombros o peso de tantas injustiças. ”
"O sacrifício de Jesus na cruz está repleto de todo o pecado e do sofrimento dos nossos povos, um sofrimento a ser resgatado.
“No Evangelho que ouvimos, Jesus pede ao Pai que «todos sejam um só». Numa hora crucial da sua vida, detém-Se a pedir a unidade. O seu coração sabe que uma das piores ameaças que atinge, e atingirá, o seu povo e toda a humanidade será a divisão e o conflito, a subjugação de uns pelos outros. Quantas lágrimas derramadas!
Hoje queremos agarrar-nos a esta oração de Jesus, queremos entrar com Ele neste horto de dor, também com as nossas dores, para pedir ao Pai com Jesus: que também nós sejamos um só. Não permitais que nos vença o conflito nem a divisão.”
Segundo o Papa, “esta unidade, implorada por Jesus, é um dom que devemos pedir insistentemente pelo bem da nossa terra e seus filhos. E é necessário estar atento a eventuais tentações que possam aparecer e «contaminar pela raiz» este dom com que Deus nos quer presentear e com o qual nos convida a ser autênticos protagonistas da história.”
Os falsos sinônimos

“Uma das principais tentações a enfrentar é confundir unidade com uniformidade. Jesus não pede a seu Pai que todos sejam iguais, idênticos; pois a unidade não nasce, nem nascerá, de neutralizar ou silenciar as diferenças. A unidade não é uma simulação de integração forçada nem de marginalização harmonizadora.
“ A riqueza duma terra nasce precisamente do fato de cada parte saber partilhar a sua sabedoria com as outras. ”
Não é, nem será, uma uniformidade asfixiante que normalmente nasce do predomínio e da força do mais forte, nem uma separação que não reconheça a bondade dos outros.
A unidade pedida e oferecida por Jesus reconhece o que cada povo, cada cultura são convidados a oferecer a esta terra abençoada.
“ A unidade é uma diversidade reconciliada, porque não tolera que, em seu nome, se legitimem injustiças pessoais ou comunitárias. ”
Fonte: Radio Vaticano


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