O
rombo na Previdência atingiu a marca recorde de R$ 268,8 bilhões em 2017 - ano
marcado por sucessivos adiamentos na votação da reforma proposta pelo governo
para endurecer as regras de aposentadoria e pensão no País. O déficit é 18,5%
maior que o de 2016 e inclui os regimes do INSS e dos servidores da União.
Os dados foram revelados nesta
segunda-feira, 22, pelo governo e mostram que a Previdência dos servidores
segue tendo um peso maior nas contas proporcionalmente. A participação de um
militar federal nesse rombo, por exemplo, tem é 16 vezes maior que a de um
segurado do INSS.
O chamado déficit per capita
anual dos militares ficou em R$ 99,4 mil no ano passado, ante R$ 6,25 mil no
INSS. Entre os servidores civis da União, a necessidade de financiamento do
rombo também é mais elevada, de R$ 66,2 mil. Embora tenham um peso maior, os
militares ficaram de fora da reforma que está em discussão. Os dados foram
calculados com base no déficit de 2017 e no número de beneficiários de 2016,
que são os mais recentes sobre a quantidade de benefícios em todos os regimes.
Em termos
absolutos, o déficit na Previdência aumentou R$
41,9 bilhões. Para o secretário de Previdência, Marcelo Caetano, o
resultado lança mais um alerta sobre a necessidade de aprovar a reforma.
Segundo ele, sem o enfrentamento do problema, o Brasil poderá viver uma
situação semelhante ao que aconteceu com Grécia e Portugal, onde a solução
acabou sendo a redução dos benefícios.
O governo ainda não tem os votos
necessários para aprovar a proposta, mas Caetano demonstrou confiança na
capacidade de negociação. "O governo trabalha com a aprovação da reforma
em meados de fevereiro", disse diversas vezes durante a entrevista
coletiva. O secretário defendeu que a reforma é essencial para o equilíbrio das
contas públicas. "Observem os números. Os déficits crescem na ordem de
dezenas de bilhões por ano. Temos que enfrentar."
O avanço do déficit não é o único
dado alarmante na avaliação do consultor legislativo do Senado Pedro Nery. O
ritmo de crescimento da despesa previdenciária é o que mais preocupa, segundo
ele. O aumento foi de 6,7% no ano passado, já descontada a inflação do período.
"Mesmo em um ano em que praticamente não houve reajuste no benefício, ela
continuou aumentando porque o crescimento vegetativo (maior número de
beneficiários) é muito forte."
Caetano alertou que o processo de
envelhecimento populacional tende a se acelerar na próxima década, um
indicativo de que a janela para o Brasil fazer mudanças nas regras previdenciárias
sem cortar benefícios pode estar se fechando.
O forte crescimento do déficit
previdenciário urbano reforça essa mensagem. O aumento do rombo foi de 54,7% no
ano passado, para R$ 71,7 bilhões. Até 2015, essa conta era positiva, mas a
avaliação do secretário é que há uma tendência estrutural de resultados
negativos a partir de agora. "O envelhecimento populacional acontece em
ritmo muito acelerado."
O governo
espera uma economia de cerca de R$ 588 bilhões nas despesas com aposentadorias
e pensões em 10 anos com a aprovação da reforma da Previdência, a maior parte
do impacto concentrada no longo prazo. As informações são do jornal O
Estado de S. Paulo.
Quando é os pobres não tem negociação; Mas dos militares que gastam mais os políticos tem medo e nós pagamos a conta.
ResponderExcluir